Maya: A Usurpadora da Verdade

Maya: A Usurpadora da Verdade

Tempo de leitura: 4 minutos

Sobre Maya. Por que os seres humanos não se perguntam: Quem sou eu? Como vim parar aqui, neste planeta? Como é possível que eu possa enxergar com estes olhos? Como é possível que eu possa ouvir e sentir? Como é possível que eu possa perceber uma linda música e dizer “Meu Deus, como é linda essa melodia!”. Como é possível eu ter Consciência? Quem sou eu?

Será que essas perguntas não são relevantes? Será que não há tempo para se fazê-las?

OS FANTOCHES DA MENTE ILUSÓRIA

Nós temos medo de não termos algo para preencher as lacunas vazias de nosso tempo. Precisamos, continuamente, de alguma coisa para extinguir o nosso silêncio, a nossa espera, o nosso tédio, a nossa falta de movimento e a nossa falta de imagens para os nossos olhos. Quando estamos enfim a sós, ligamos a TV para observar, olhamos fotos para sentir ou fazemos cálculos para pensar. Nós, literalmente, matamos nosso tempo. Mas não sobra nenhum tempo para perguntar o porquê de tudo isso.

E você não sente nenhum remorso por isso. Em sua mente, assim como nas de seus semelhantes, tudo está perfeito. Você está imerso na lama, mas não se importa com a sujeira. Você está sendo usurpado, mas nem quer saber do astuto que está lhe furtando. Como um animal de carga, está sendo açoitado e não se revolta contra seu fustigador e sua pesada carga. Você mendiga por esmolas e não percebe que está sentado sobre uma montanha de ouro, que é o Divino.

ELA, MAYA

Você não quer procurar a Verdade, porque isso significa abrir mão de suas posses, de suas crenças, de seu tempo, de seu sono, de seus prazeres, de suas emoções e de suas opiniões.

Você não consegue perceber a ilusão porque ela encobre sua visão. Ela convence você de que todas essas ninharias são importantes. Ela te distrai com falsos tesouros e esconde as verdadeiras riquezas. Ela mina suas forças, tapa seus olhos e ouvidos. Ela não descansa nem por um milionésimo de segundo. Ela manipula seus sentidos e determina as ações que você toma. Ela retira sua força de vontade e confunde seu livre arbítrio. Ela é o véu à sua frente, que esconde de você sua verdadeira natureza divina. Ela é a usurpadora, a mão que segura o chicote e lhe açoita.

Ela nada mais é do que Maya. Ela é a mente.

Sim. O ser humano possui uma mente. Ele se perdeu e, agora, a mente possui o ser humano. Uma mente que deixou de ser a condutora para o Divino, para tornar-se uma prisão, onde os dias são todos iguais. Um servo que se tornou um carcereiro. Um feitiço que o mantém adormecido em um sono eterno, pois ele nunca se quebra para os que nele acreditam.

O ENTORPECIMENTO DE MAYA

Você que é o dono da mente, tornou-se a própria mente, Maya.

Ela o convence de que é impossível chegar ao Criador. Ela lhe diz que não é necessário procurá-lo. Enfraquece sua vontade e determina seus atos. Por causa da mente, seu corpo está sempre cansado, suas emoções, sempre fora de controle, seus pensamentos, sempre confusos. Não há ação. Não há mudança. Você não se mexe, estagna-se.

Por causa da mente, você não abre mão de sua vaidade, de suas posses e de suas opiniões e, então, desperdiça todo seu tempo dilapidando suas bijuterias e aprimorando suas futilidades; escraviza-se a padrões culturais e associa-se a causas deméritas. Por causa da mente, você insulta quando é insultado, fala quando deveria ouvir, calcula quando deveria confiar, imobiliza-se quando é requisitado, chora quando deveria lutar e reclama quando deveria agir.

OS MANDAMENTOS DO SUBLIME NAZARENO

Por causa da mente, você usurpa e trai o seu semelhante.

E o que é mais triste, por causa da mente, você deixa de amar seu Criador.

Maha Krishna nos aponta dois mandamentos, baseados nos escritos dos discípulos do Nazareno: amai a Deus sobre todas as coisas e amai-vos uns aos outros, como Eu vos amei. Por causa da mente, nem sequer conseguimos nos lembrar deles.

Até a próxima! Leia nossos livros!

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