Não são os questionamentos externos que importam, mas sim a autoinvestigação, a busca silenciosa que nos ensinou Ramana Maharshi. Saiba como encontrar respostas dentro de si.
AS RESPOSTAS ENCONTRAM-SE NA SIMPLICIDADE
Toda a complexidade deste mundo mostra-se sem uma plataforma que a sustente, uma imensa quantidade de frivolidades que se emaranham umas sobre as outras.
Às vezes, quando sentamos para debater sobre questões tais como o sentido da vida, tantas especulações sobrevêm, tantos porquês e extremismos, que nos esquecemos do mais simples.
Esquecemos que todas as respostas já estão conosco, em nosso interior, pois assim nos projetou o nosso Criador.
OS DITAMES E AS COMPLEXIDADES DO EGO PROFANO
Digo tudo isso, pois, na época da visita desse Ser, minha infância há muito já havia ficado para trás. Eu já me havia esquecido do mundo pacífico e perfeito da inocência infantil.
Já havia experimentado muito dos ditames e das complexidades desse ego que ainda anda arrastando-se dependurado em meus ombros.
Já havia experienciado a raiva e o amor, o desejo e a repulsa, o descontrole e a serenidade, a autopiedade e a revolta. Agora eu conheço esse ego e advirto-o, mas ele é como um animal a domesticar.
A AUSÊNCIA DE SENTIDO NA VIDA
Naquele tempo, a pergunta ainda era o máximo de espiritualidade em meu coração: qual era o sentido da minha vida?
Por que me colocaram aqui, com este corpo e obrigaram-me a alimentá-lo e limpá-lo todos os dias? Por que me tiraram do local onde eu estava antes de nascer neste planeta e colocaram-me junto com outros semelhantes, em situações conflituosas com alguns e harmoniosas com outros?
Por que me deram apenas algumas décadas de vida nesta carne, suficientes para abarrotar minha mente de conhecimentos e depois simplesmente desencarnar e sumir com todas elas?
Por que me deram amores, pais, filhos e poder, já que eu os perderia? E por que, mesmo sabendo da efemeridade desta vida, eu sofria com minhas perdas? As perdas de todas as coisas e de todos os entes amados?
Porém, infalivelmente, tudo o que se ganha ou se possui neste plano da materialidade será perdido um dia. Hoje sei que essa é a Suprema Lei, cuja única finalidade é o aprendizado e a evolução espiritual do ser humano.
A DESCONSTRUÇÃO DA MENTE ILUSÓRIA
Você se lembra do que possuía quando viu a Luz deste mundo pela primeira vez nos primeiros dias de sua vida neste planeta?
Sua mente não lhe deixa ver a Verdade, mas essa Verdade ainda está contigo e ela é a única coisa que você realmente possui.
Tente elaborar em seu interior tudo o que adentrou em você através de seus cinco sentidos e também todas as complexidades que essas coisas originaram ao se misturarem em sua mente durante as poucas décadas de sua existência neste mundo físico.
Procure desfazer, nó por nó, cada memória que seus olhos, ouvidos e os demais sentidos lhe interpenetraram.
Procure perceber todas as conseqüências emocionais decorrentes dessa indigestão de sensações.
Após essa depuração, essa limpeza, o que permanecer dentro de seu Ser é o que você realmente possui.
Saber como encontrar respostas dentro de si é uma questão de entregar-se ao silêncio em seu interior. Isso é autoinvestigação.
Fique em paz!
Acesse as obras de Sadhaka Natha no Clube de Autores.
