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O Ser da Luz em Nossa Existência

Sadhaka Natha

Tempo de leitura: 13 minutos

Em uma sexta-feira de 2001, tarde da noite, estávamos eu, Sadhaka Natha, e meu irmão Melkior, sentados assistindo à TV, quando, de repente, Melkior me dirige a palavra com um sotaque completamente indistinguível.

Ele — que eu conhecia há trinta anos — me perguntou quem eu era. Que estranho.

A princípio, tive a impressão de que ele estava dormindo e sonhando. Pedi que voltasse a dormir. No entanto, Melkior insistiu na conversa. Foi quando percebi que ele não estava em seu estado normal.

Assustado, chamei Caio, meu outro irmão mais velho, e relatei o fato a ele. Narrei que Melkior estava dizendo coisas estranhas. Caio foi averiguar o que estava acontecendo e, quando chegou à sala, percebeu que não era Melkior que estava ali, mas outra consciência, a qual se prontificou a responder às perguntas de Caio, caso tivesse alguma.

UM VISITANTE INESPERADO

Porém, assim como eu, Caio não queria diálogo, e sim trazer Melkior de volta.

— O que você fez como meu irmão? – perguntou Caio. — Onde ele está?

— Seu irmão Melkior também gostaria de falar com você. — respondeu o Visitante. — Mas ele não está aqui agora conosco. Em breve estará com vocês. Não se preocupem.

Caio gritou a Melkior que acordasse e bateu palmas. O que não adiantou. O Visitante apenas sorriu e disse que o barulho não era necessário e que iria se identificar. O que não lhe foi permitido, afinal esse tipo de fenômeno jamais havia ocorrido antes na casa e não se mostrava razoável ceder a situação a um ser desconhecido.

Já que as palmas e os brados se mostraram ineficazes na tentativa de resgatarmos Melkior daquele impasse, decidimos, então, deixá-lo na sala e esperar um momento para ver se ele voltava ao normal.

Caio retornou á sua leitura no quarto. Resolvemos não alarmar mais ninguém, ainda mais àquela hora da noite. Fiquei em outro cômodo da casa, tentando assimilar o que estava acontecendo.

Depois de algum tempo, deixando as dúvidas e temores de lado, decidi, por conta própria, ir conversar com o inesperado Visitante. Adentrei a sala, sentei na poltrona e fiquei calado. Esperava que o Ser dissesse alguma coisa ou que Melkior falasse em vez dele. Mas ele ficou silencioso.

— Melkior!? — resolvi, incauto, perguntar.

Siem? — respondeu ele.

O Visitante ainda perdurava, e ali se mantinha presente, permanecendo de olhos fechados. Ele nunca os abria. Eu sentia calafrios e tremia um pouco. Que situação inusitada! Foi quando ele me dirigiu a palavra, iniciando um diálogo. Ele me pediu calma, com aquele sotaque arraigado:

Cálima, cálima. — disse ele. — Cabeça nunca, coração sempre.

CABEÇA NUNCA, CORAÇÃO SEMPRE

Ouvindo isso, modulei meu ponto de vista e dispus-me a escutá-lo. A curiosidade se tornara maior do que o medo. Ele pediu a minha mão. Na hora, eu já pensava mil coisas. Quais seriam suas intenções? Mas segui meu coração, como ele sugeriu, e lhe estendi a mão. Curiosamente, meu corpo todo se aqueceu com o toque.

— Não te preocupes. — continuou ele. — Isso que você está sentindo é natural de vossa fisiologia, mas vai passar. Queres perguntar alguma coisa?

— Quem é você? — perguntei logicamente.

Então, ele abriu um grande sorriso e, de repente, mudou da serenidade para a cortesia:

— É isso mesmo que queres perguntar? Tem certeza? Tem certeza absoluta disso? Queres mesmo saber quem eu sou?

O modo afirmativo e direto como ele respondeu me deixou vacilante, então me retraí:

— Não. Não quero saber não.

ANDE SEMPRE ADIANTE…

Julguei ser melhor não saber quem ele era, embora eu intuísse que se tratava de algo bom e salutar. Eu nunca havia passado por situação semelhante. Sabe-se lá: talvez toda a casa desmoronasse no momento em que ele se identificasse. Foi o que pensei. A cabeça faz essas coisas com a gente. Mas resolvi escolher outra pergunta:

— Onde está Melkior? Ele desapareceu para sempre?

Non te preocupes. — respondeu o Visitante. — Nós tomamos todos os cuidados com seu irmão. Ele é muito benevolente. Ele se dispõe a ser o canal sem fazer perguntas. Muito crédulo ele. Por isso tomamos todos os cuidados para que seu corpo físico não sofra nenhum dano, de forma alguma. Em breve, ele estará com você. Ele não se lembrará de nada, pois não é necessário. Ele se sentirá muito relaxado após nossa partida.

— Você poderia trazê-lo de volta, por favor? — solicitei a ele.

— Claro. — respondeu ele, já emendando um conselho. — Mas antes gostaria de alertá-lo. Você agora se encontra à beira de um precipício, que se abre atrás de ti. Não dê mais nenhum passo para trás, ande sempre adiante. Muita Luz existe em você. Muito difícil construir a Luz, mas muito fácil que ela seja desfeita. Você possui uma Luz que é muito bela e muito trabalho teve para construí-la. Mas não deixe a vela acesa ao sabor do vento, proteja-a. És um pilar desta morada e muitos usufruirão de seu brilho. Um outro pilar está presente também e você o conhecerá.

Mais tarde, eu vim a saber quem era este outro pilar, o qual estava próximo a mim.

O “RETORNO” DE MELKIOR

Naquele exato momento, não havia como captar o significado daquelas palavras, pois ainda não se havia estabelecido um contexto no qual elas se inserissem. Ele sabia mais de mim do que eu poderia supor.

— Gostaria de ver seu irmão agora? — perguntou-me o Ser.

— Sim, por favor. — respondi.

Ele, então, posicionou-se no assento de forma confortável e torceu o pescoço algumas vezes como se estivesse com torcicolo. Então, serenou-se por completo e deu uma forte expiração. As lágrimas corriam no rosto de Melkior. Então, meu irmão acordou. Rapidamente perguntei:

— Melkior, o que aconteceu?

— Como assim? — respondeu ele tranquilamente.

— Esse Ser — disse eu. — que estava se comunicando comigo através de você!? Quem ele era?! O que aconteceu?!

— Não sei. — respondeu Melkior. — Você está falando do quê? Sei somente que estou me sentindo muito relaxado. Vou deitar um pouco aqui.

Insisti com ele:

— Você não se lembra do que te aconteceu nestas últimas horas?

— Não. — respondeu ele. — Não sei do que você está falando. Só lembro que adormeci por alguns momentos aqui na poltrona.

— Um Ser apresentou-se através de você e falou comigo. — disse eu a ele.

Ele respondeu serenamente:

— Não. Não me lembro.

E voltou a dormir. Ele mostrou-se tão sereno e despreocupado com o acontecimento que me deixou admirado. Como era possível que ele não se importasse?

Contei a Caio que ele havia voltado ao normal e fui dormi.

O SER DA LUZ EM NOSSA EXISTÊNCIA

Bem. Esse foi o nosso primeiro encontro — pelo menos para mim — com o Ser da Luz (como o denominaríamos mais tarde). Depois eu soube que o visitante já havia tido contato com o patriarca da casa. Por outro lado, o contato do Ser da Luz com Melkior já se dava há tempos. Melkior era discreto com esse assunto.

E seguimos nossas vidas.

Desenho feito pelo próprio Ser da Luz, mostrando como ele se parecia em uma de suas encarnações.

Aconteceu, porém, do Visitante retornar na semana seguinte e na seguinte. O que se tornou regular, ano após ano, criando-se um contato. O Ser da Luz é uma consciência supramental, sem necessidade de corpo, emoções ou pensamentos; é apenas Luz, Consciência e Amor.

Ele veio com uma missão e uma mensagem dirigida à humanidade, além de cuidar da elevação espiritual de três seres: Sadhaka Natha, Matheus e Hersing. Matheus é um de nossos seres conviventes em nossa família. Hersing é um africano que teve contato com o Ser da Luz de forma idêntica a nós, tendo escrito e divulgado rapidamente uma obra sobre o Visitante.

A DESCOBERTA DA MENTE ILUSÓRIA

O contato com o Ser da Luz mudou completamente minha relação com a existência. Ele me fez dar um passo atrás na tela da mente e percebe-la pelo ponto de vista do Observador, que não se identifica com o drama do mundo.

A mente ilusória, que abrange o corpo físico, as emoções e os pensamentos, é o véu que esconde a pura e simples verdade de que nós somos divinos em essência e devemos expressar a divindade no mundo, em amor, paz e criação.

O CAMINHO ESPIRITUAL

A vida daquele que se identifica com a mente, com o corpo físico, as emoções e os pensamentos, é completamente diferente da vida daquele que percebe que esses atributos são meras ferramentas da expressão de Deus no mundo.

Inspirado por ele, busquei um caminho espiritual em 2003, onde me encontro até hoje. Ele dizia que não se deve demorar em escolher uma senda espiritual. Se você agora pensa em fazer isso, faça-o depressa. O melhor caminho espiritual é aquele onde você se sente bem e encaixado, disse ele.

A MENSAGEM ESPIRITUAL DO SER DA LUZ

O projeto Grão de Luz tem por meta a divulgação da mensagem espiritual do Ser da Luz. Sua mensagem traz o despertar espiritual.

É agora época de transição planetária, da seleção do trigo e do joio. Deve o ser humano elevar-se em consciência e ligar-se à grande rede espiritual que se forma em todo o planeta Terra.

Seres de luz, como ele, buscam o máximo de aspirantes à Consciência e à Autorrealização. Há quem se encontre com um pé no trigo e o outro pé no joio. A rede espiritual trabalha para que o máximo possível se dirija ao trigo, através da ativação da fraternidade e da credulidade no Deus interior de cada um.

NEUTRALIDADE: A MENTE BEM CONDUZIDA

A Consciência nada mais é do que a neutralização da mentalidade, quando a mente bem conduzida realiza sua tarefa de ferramenta que é: levar o ser humano à Consciência e à Iluminação.

A mensagem do Ser da Luz traz ensinamentos sobre a natureza da mente ilusória que vela a natureza divina e como essa ferramenta deve ser utilizada para levar o ser humano a perceber que já é divino em essência, que já é Luz, Amor e Paz. É um retorno a si mesmo.

Suas palavras não vão contra os ensinamentos dos mestres da humanidade: o Senhor Nazareno, o Senhor Buddha, Sri Ramana Maharshi, Maha Krishna, Sai Baba, Ghandi e tantos outros.

CONSCIÊNCIA ESPIRITUAL: O CERNE DA MENSAGEM

Embora sua mensagem não exclua o trabalho fraterno e caridoso, ela não toma por foco principal a obra amorosa de nossos irmãos mediúnicos, que tanto laboram no amor ao próximo. Nem também se demora no debate ao trabalho abnegado dos irmãos extraterrestres na Terra.

Cabe aqui dizer que Melkior não é médium, nem nasceu para alguma tarefa mediúnica. Ele é apenas um grande meditador, que harmonizou seus veículos físico, emocional e mental, possibilitando a vinda do Ser da Luz. Melkior já estava em contato com o Ser da Luz anos antes deste se apresentar a mim.

A mensagem do Ser da Luz enfatiza o caminho direto à Consciência espiritual, compreendendo que cada ser humano que se eleva espiritualmente eleva consigo toda a humanidade.

UNIDADE EM AMOR: “EU SOU VOCÊ”

Como sua consciência se encontra além do plano mental superior, o Ser da Luz é uma consciência extracósmica. Embora a hierarquização seja tão-somente um conceito mental, podemos dizer que ele “se encontra” no plano causal da consciência.

Se você me perguntar por que o Ser da Luz veio trazer sua mensagem, eu vou responder sempre da mesma forma: é da natureza do Amor ajudar todos os seres do Cosmos. Mais do que qualquer outro, o Ser da Luz está consciente de que todos nós somos um.

Sempre que eu perguntava quem ele era, ele respondia: “eu sou você”. Mais do que isso, somos tudo, não apenas todos; somos todas os seres e todo o cosmos também. A diferença entre nós e o Ser da Luz é que ainda não temos a consciência disso.

O CONSELHO DOS NOVE

Embora minha conversação se dê diretamente com o Ser da Luz, acompanham-no nove seres espirituais em seu séquito, que se mostram discípulos dele. É um conselho de nove seres espirituais.

Três deles já se manifestaram por meio de Melkior, cada um a seu modo peculiar, mas sempre com reverência ao Ser da Luz. Por vezes, o Ser da Luz se afasta para cuidar de outros compromissos, deixando, geralmente, o integrante do conselho que lhe é mais próximo, fazendo as vezes de meu protetor e guardião.

CONTATOS COM OUTRAS PESSOAS

Obviamente, a vinda do Ser da Luz trouxe alvoroço entre os familiares. Muitos tiveram contato com ele. Cada um reagiu de uma forma: curiosidade, desconfiança, interesse.

O Ser da Luz conversou com todos eles (com os que queriam escutá-lo) e sempre sabia como se conectar com o ouvinte, fornecendo conselhos no intuito de elevar a pessoa espiritualmente sem interferir em suas questões cotidianas ou encarnatórias.

Satyavat Devi foi uma familiar que participou ativamente das reuniões com o Ser da Luz, inclusive prefaciando o primeiro livro.

Eu e Melkior ficamos três ou quatro anos na casa paterna, até que se fez um acordo com o patriarca e tivemos que partir, constituindo pouso em Brasília, onde estamos até hoje. Foi quando começamos as publicações dos livros que carregam sua mensagem.

TEMAS TRATADOS NA MENSAGEM DO SER DA LUZ

Não é possível descrever aqui tudo o que foi relatado nas obras escritas. Mas eu gostaria de elencar os temas que foram tratados nos livros para que você tenha uma ideia do escopo em que se insere a mensagem do Ser da Luz.

São alguns temas: a mente, Maya, a ilusão, não-dualidade; ego, desejo e medo; planos físico, etérico, astral, mental e causal; corpo físico, emoções e pensamentos; reencarnação, dharma e carma; neutralidade da mente, boa condução da mente, a mente como uma boa serva que leva à Conscientização Espiritual; transição planetária, seleção, trigo e joio; força de vontade, determinação, persistência; harmonia e equilíbrio; simplicidade; credulidade e crença; meditação, devoção, técnicas meditativas; intuição; discernimento; Portais para a Consciência; Mestre e discípulo; iniciação; caminho espiritual.

Que todos possam ser felizes! Que todos possam ter paz!

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